sábado, 28 de janeiro de 2012

O Craque que veio do frio.

 Imagino que terá chegado ao aeroporto de Pedras Rubras sem qualquer "circo" mediático à sua volta. À sua espera estaria apenas um dirigente do clube, ou mesmo algum sócio com disponibilidade nesse dia, e cujo amor ao clube o terá levado a ir no seu próprio carro ao Porto, para trazer "o búlgaro" na então longuíssima viagem até Chaves.
A missão que lhe estava reservada não era fácil. Para a época 86/87, o plantel do Desportivo mantinha-se praticamente na mesma, com uma importante excepção, saia para o SC Braga o titularíssimo António Borges (esse mesmo! o do melhor conjunto cabelo/bigode de sempre do futebol português!), nascido em Chaves e Capitão de Equipa. A este jogador pedia-se que o substitui-se.
Esse jogador, que chegou nesse dia de verão de 1986, tinha o estranho nome de Radoslav Metodieve Zdravkov, para sempre Radi, o "7" búlgaro do Chaves.
Para um flaviense como eu, é impossível falar de Radi sem "aquele" brilho nos olhos com as recordações daquelas três épocas do búlgaro com o emblema com o castelo e as duas chaves cruzadas sobre a ponte romana ao peito e que o transformaram num dos melhores de sempre a vestir a camisola do clube (o melhor, digo eu!).


Não consigo imaginá-lo doutra forma que não seja equipado com aquelas inesquecíveis camisolas azul-grená da hummel, com as "setinhas" na manga e um grande quadrado branco nas costas com o mágico "7" impresso a preto!
Ficou-me para sempre a imagem do "jogador de classe" que jogava, fazia jogar e como dizem os espanhóis "tinha golo". O jogador que fez a diferença numa grande equipa que chegou à Taça UEFA.
Os números que o Google me mostra, dizem-me que Radi foi ainda melhor do que eu recordava! Chegou ao Desportivo já com 30 anos e em três épocas fez 44 golos em 101 jogos. Na época 87/88, fez 21 golos em 37 jogos (foram mesmo 21, não é engano!) apenas atrás dos pontas-de-lança Paulinho Cascavel e Gomes e á frente de jogadores como Manuel Fernandes, Magnunsson, Rui Águas ou Rui Barros!
Antes de "ser nosso" jogou no Mundial do México com a Bulgária, uma meia-final da Taça dos Campeões, pelo CSKA de Sófia contra o Bayern de Munique em 81/82 e chegou às 71 internacionalizações ao longo de 12 anos (6 golos). Impressionante!
Com o sucesso de Radi estava inaugurada a moda dos jogadores búlgaros e de outros países de leste no Desportivo (mas essa é outra história!).

Pois é, durante esses três anos…...Eu Queria Ser o “7” azul-grená.


(foto: http://chaves.blogs.sapo.pt/)

1 comentário:

  1. O mais rentável jogador que vi com a camisola azul-Grená. Chegou tarde à Europa, por causa da politica dos países de Leste, mas era um CRAQUE que jogava em qualquer dos grandes Nacionais. Ainda bem que veio para o GDC. Foi um prazer tê-lo cá. O seu futebol cheio de simplicidade fazia sonhar qualquer adepto. Afinal é na simplicidade de processos que se destinguem os gandes. RADI era GRANDISSÌMO

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